“A igualdade precisa tomar conta da nossa sociedade racista e perversa”, declara Suíca em 40° Marcha da Consciência Negra
21 de Novembro de 2019 - Redação Pernambués agora
Movimento iniciou às 14h, no Largo do Campo Grande
Na tarde desta quarta-feira (20), foi realizada a 40° Marcha da Consciência Negra, no Largo do Campo Grande, em Salvador. Iniciada as 14h, os participantes fizeram uma caminhada até a Praça Castro Alves.
O ato foi realizado pela Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen) e pela Coalizão Marcha da Consciência Negra Zumbi e Dandara dos Palmares.
Débora Nepocemo, vice-presidente nacional da UBES, ressaltou a importância de militar: “No movimento estudantil, tivemos uma grande realização de no ano de 2019 sermos maioria nas universidades públicas. Isso é uma grande conquista para nós do movimento negro. A cada dia que passa, isso mostra que estamos ocupando nosso espaço de protagonismo na sociedade. Isso vai de contra ao que o presidente fala. Nós da Bahia somos maioria negra e isso é de suma importância que a gente se empodere do que nós somos. Nossa imagem é criminalizada, nós sofremos com racismo. Tem que continuar resistindo.
Infelizmente nós negros estamos vivendo 365 dias, mas só temos sensibilidade no dia 20 de novembro e nos outros 364 dias, somos assassinados, somos esquecidos pelo sistema”.
Também presente no local, o vereador Luíz Carlos Suíca (PT), ressaltou a importância de participar do movimento: “Eu participo da marcha negra porque eu luto, eu milito. Sou negro, da periferia, convivo com a realidade dos negros. Por mais que já tenhamos conquistado algumas coisas, a nossa luta não para. Muitos negros e negras são mortos drasticamente apenas pela cor da pele. Nossos antepassados lutaram, resistiram e precisamos sim continuar nessa luta porque a igualdade precisa tomar conta da nossa sociedade racista e perversa.”
A Marcha histórica completa este ano, 40 anos de resistência e luta. Foi a primeira do Brasil, lançada em pleno período da Ditadura Militar, e que vem cumprindo importante papel revolucionário na formação da consciência crítica da esquerda negra; bem como ajudando a consolidação da auto-estima e recuperando o espírito de luta da população negra em geral.
“Temos a certeza de que estamos continuando a luta dos nossos antepassados. A marcha nada mais é do que colocar luz na realidade do povo negro brasileiro e colocando luz é pra dizer que essa é uma luta de 365 dias do ano”, disse Gilberto Leal, presidente do CONAN.
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