Justiça

Caso Moïse: “Peças são vazadas para tentar incriminar congolês”, diz advogado

05 de Fevereiro de 2022 - Revista Fórum
[Caso Moïse: “Peças são vazadas para tentar incriminar congolês”, diz advogado]

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ, Álvaro Quintão, advogado da família de Moïse, cobra para que esses e muitos outros pontos sejam esclarecidos.

Quem é o dono do quiosque Tropicália? A Polícia Militar está envolvida ou não no assassinato? Por que a corporação não fornece cópias do inquérito à família do congolês? Muitas perguntas ainda rondam a morte brutal de Moïse Mugenyi Kabamgabe, espancado após cobrar uma dívida de trabalho no Rio de Janeiro.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ, Álvaro Quintão, advogado da família de Moïse, cobra para que esses e muitos outros pontos sejam esclarecidos. Em entrevista à Revista Fórum, Quintão diz estar “muito preocupado” com a condução da investigação e a tentativa de incriminar e manchar a imagem do congolês.

Segundo ele, enquanto a polícia nega o acesso do advogado e da família ao inquérito, peças selecionadas estão sendo vazadas para a imprensa, com o objetivo de colocar o imigrante como responsável pelas agressões. Em depoimentos à corporação, os responsáveis pela morte do congolês têm dito que ele estava “bêbado”, “agressivo” e até mesmo que teria praticado roubos na região.

“Os autores desse crime bárbaro estão tentando jogar sobre o Moïse uma responsabilidade pelo início de uma situação, como se isso justificasse. Estão tentando construir uma narrativa para que possam se inocentar ou diminuir a gravidade dos atos. Não existe nada desde 2019, quando Moïse começou a trabalhar para esse quiosque, que possa afirmar que fosse uma pessoa agressiva ou qualquer tipo de problema”, afirma Quintão.

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