Fofoca

Ministério Público pede relatório de identificação do Quilombo dos Macacos ao Incra

05 de Novembro de 2013 - Piatã

Com o relatório técnico de identificação e demarcação(RTID) expedido pelo Incra é possível tornar mais rápido processo de reconhecimento da comunidade.

O Ministério Público Federal (MPF) expediu recomendação na última quarta-feira, 30 de outubro, para que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) adote as medidas efetivas para a publicação do relatório técnico de identificação e demarcação (RTID) da comunidade quilombola Rio dos Macacos, localizada na Base Naval de Aratu, em Simões Filho. A recomendação visa dar celeridade ao processo de reconhecimento da comunidade e resolver o problema da permanência da mesma em área da União, sob o comando da Marinha.

A recomendação é resultado da audiência pública realizada no dia 23 de outubro, na sede do MPF/BA, que discutiu a situação da comunidade. A publicação do RTID foi uma das reivindicações dos moradores, que relataram a demora no processo de identificação e demarcação por parte do Incra. Segundo a recomendação, estudos realizados pelo Incra e pela perícia antropológica do MPF já constataram que a comunidade Rio dos Macacos, remanescente de quilombos, se encontra no local há quase duzentos anos.

De acordo com o procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Leandro Nunes, não existem justificativas razoáveis para a morosidade na publicação do RTID, visto que já decorreram mais de de seis meses desde a data da elaboração do documento. Em função disso, o MPF requer que o Incra adote medidas efetivas com vistas à publicação do RTID da comunidade no prazo de 20 dias.

Histórico

Existente há mais de 200 anos, a comunidade quilombola Rio dos Macacos enfrenta um conflito com a Marinha do Brasil há cerca de 42 anos, quando o local onde a comunidade está instalada foi escolhido para a construção da Base Naval de Aratu. Desde então, os integrantes da comunidade, que hoje conta com mais de 300 pessoas, alegam ser alvo de ações violentas, praticadas por oficiais da Marinha, na intenção de expulsar cerca de 46 famílias residentes no local.

O conflito ganhou ainda mais força após a decisão da Justiça Federal, que determinou a desocupação de área situada na Base Naval de Aratu pela comunidade quilombola. Em maio deste ano, o MPF ajuizou agravo de instrumento perante o Tribunal Regional Federal da Primeira Região, contra a decisão.

Em 2011, o MPF já havia proposto ação civil pública pedindo que a Justiça determinasse a permanência da comunidade no local, mas os pedidos não foram acatados. Em junho de 2012 o órgão expediu uma recomendação ao Comando do 2º Distrito Naval da Marinha do Brasil, visando a coibição de prática de atos de constrangimento físico e moral contra os quilombolas.

Comentários

Outras Notícias

[Preta Gil é homenageada com estátua em Copacabana, ao lado de Gilberto Gil]
Brasil

Preta Gil é homenageada com estátua em Copacabana, ao lado de Gilberto Gil

22 de Setembro de 2025

Foto: Reprodução / Redes Sociais

[“O Agente Secreto” é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2026]
Brasil

“O Agente Secreto” é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2026

22 de Setembro de 2025

Foto: Divulgação

[TCE do Piauí investiga contrato milionário da empresa de Whindersson Nunes com Seduc]
Fofoca

TCE do Piauí investiga contrato milionário da empresa de Whindersson Nunes com Seduc

22 de Setembro de 2025

Foto: Reprodução / Redes Sociais

[Justiça do Rio mantém show de Leonardo após pedido de suspensão do MP]
Fofoca

Justiça do Rio mantém show de Leonardo após pedido de suspensão do MP

22 de Setembro de 2025

Foto: Divulgação

[Lula viaja neste domingo aos EUA para Assembleia Geral da ONU]
Política

Lula viaja neste domingo aos EUA para Assembleia Geral da ONU

21 de Setembro de 2025

Foto: Ricardo Stuckert/PR

[BNDES aprova R$ 1,2 bi para empresas afetadas pelo tarifaço]
Economia

BNDES aprova R$ 1,2 bi para empresas afetadas pelo tarifaço

20 de Setembro de 2025

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil