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Brasil registra uma gravidez adolescente a cada 23 jovens por ano, aponta estudo

24 de Julho de 2025 - Redação Pernambués agora
[Brasil registra uma gravidez adolescente a cada 23 jovens por ano, aponta estudo ]

Foto: TV Brasil

Entre 2020 e 2022, mais de um milhão de adolescentes brasileiras entre 15 e 19 anos se tornaram mães, segundo levantamento do Centro Internacional de Equidade em Saúde da UFPel. A pesquisa, divulgada pela Agência Brasil, revela que a taxa de fecundidade entre jovens dessa faixa etária é de 43,6 nascimentos por mil — número alarmante para um país de renda média.
O cenário se agrava ao considerar meninas entre 10 e 14 anos: em dois anos, mais de 49 mil gestações foram registradas nessa faixa etária, em que qualquer relação sexual é legalmente classificada como estupro de vulnerável.
Os dados indicam disparidades regionais intensas. O Norte do Brasil apresenta as maiores taxas, chegando a 77,1 por mil adolescentes, enquanto o Sul registra 35 por mil. Em contraste, países como China, Rússia e Índia apresentam índices abaixo de 17 por mil.
A pesquisa aponta que os maiores índices estão concentrados em municípios com piores indicadores sociais, como baixa renda, analfabetismo e carência de infraestrutura. Segundo o epidemiologista Aluísio Barros, coordenador do estudo, a maternidade precoce é reflexo direto de um contexto de vulnerabilidade e falta de oportunidades.
“Não se trata de uma escolha, mas de um resultado das desigualdades sociais. Precisamos de políticas públicas urgentes que ataquem as causas estruturais do problema”, afirmou.

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