Saúde

Ministério da Saúde autoriza distribuição da vacina contra HPV de graça a partir de março de 2014

20 de Novembro de 2013 - Piatã

A partir do ano que vem, meninas de 11 a 13 anos serão protegidas de graça contra quatro variáveis do papilomavírus (HPV), que são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero; vacinas serão produzidas no Brasil

Entrou em vigor nesta terça-feira (19) a incorporação da vacina quadrivalente contra HPV na prevenção do câncer de colo do útero no Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria foi publicada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde no Diário Oficial da União de hoje.

A partir do ano que vem, meninas de 11 a 13 anos serão protegidas de graça contra quatro variáveis do papilomavírus (HPV), que são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero. Esta é a primeira vez que a população terá acesso gratuito a uma vacina que protege contra câncer.

A vacina será distribuída a partir de Março de 2014, quando as garotas receberão as duas primeiras doses necessárias para a imunização. A terceira dose da vacina deverá ser administrada após cinco anos. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% do público-alvo, que atualmente soma 5,2 milhões de pessoas. O vírus HPV é responsável por 95% dos casos de câncer de colo do útero, segundo que mais atinge mulheres, atrás apenas do mamário.

A vacina é a quadrivalente, usada na prevenção contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer. O imunobiológico para prevenção da doença tem eficácia comprovada para pessoas que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.

Mudança da faixa etária

Anunciada em julho deste ano, a vacina inicialmente seria administrada em pré-adolescentes de 10 e 11 anos, mas após estudos de imunogenicidade, o Programa Nacional de Imunização (PNI) optou por adotar o esquema vacinal estendido recomendado pelo Grupo Técnico Assessor de Imunizações da Organização Pan Americana de Saúde (TAG/OPAS). Esse formato já é adotado por países como Canadá (Quebec e British Columbia), México, Colômbia e Suíça.

A partir de 2015, a vacina também será oferecida para as pré-adolescentes entre 9 e 11 anos de idade, sem custo adicional. Assim, mais três faixas etárias serão vacinadas, possibilitando imunizar a população alvo (9 a 13 anos), nos dois primeiros anos de implantação da vacina.

Vacinação

As pré-adolescentes só poderão receber as três doses da vacina com autorização dos pais ou responsáveis. Após a aplicação da primeira dose, a segunda deverá ocorrer em seis meses e a terceira, em cinco anos. A imunização ocorrerá tanto nas unidades de saúde quanto nas escolas públicas e privadas.

Vacina nacional

A introdução da vacina no SUS foi feita após uma parceria com transferência de tecnologia entre o laboratório internacional Merck Sharp & Dohme (MSD) e o Instituto Butantan - que passará a fabricar o produto no Brasil.

O Ministério da Saúde pagará cerca de R$30 por dose, o menor preço já praticado no mercado. Para isso, foram mobilizando investimentos federais de R$ 360,7 milhões na aquisição de 12 milhões de doses.

A expectativa, em cinco anos, é de um valor 34% menor ao custo atual. Com isso, será possível economizar cerca de R$ 200 milhões. De acordo com o Ministério da Saúde, nesse período, o laboratório público passará a ter domínio de todas as etapas para a produção do insumo.

A economia estimada na compra da vacina durante o período de transferência de tecnologia anos é de R$ 154 milhões. Além disso, a produção do imunobiológico contará com investimento de R$ 300 milhões para a construção de uma fábrica de alta tecnologia pelo Instituto Butantan, baseada em engenharia genética.

O HPV

O papilomavírus é capaz de infectar a pele ou as mucosas e possui mais de 100 tipos. Do total, pelo menos 13 têm potencial para causar câncer. Estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16, 18 ou ambos. No Brasil, a cada ano, 685 mil pessoas são infectadas por algum tipo do vírus.

Em relação ao câncer de colo do útero, a cada ano, 270 mil mulheres no mundo morrem por conta da doença. No Brasil, 5.160 mulheres morreram em 2011 em decorrência da doença. Para 2013, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 17.540 novos casos.

As informações são do Correio.

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