Saúde

Rotatividade de médicos na Atenção Básica atinge regiões mais carentes e preocupa especialistas

11 de Junho de 2025 - Redação Pernambués agora
[Rotatividade de médicos na Atenção Básica atinge regiões mais carentes e preocupa especialistas]

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Um levantamento divulgado nesta segunda-feira (2) revelou que a rotatividade de médicos na Atenção Primária à Saúde (APS) chegou a 33,9% entre os anos de 2022 e 2024. A saída frequente de profissionais se concentra, especialmente, em estados com menor PIB per capita, como Maranhão e Paraíba.
Em contrapartida, unidades da federação com maior desenvolvimento econômico, como São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, apresentam menores índices de evasão médica. A pesquisa foi conduzida pela organização Umane em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, e está disponível no Observatório da Saúde Pública.
De acordo com Marcella Abunahman, médica de família e comunidade e uma das responsáveis pela análise, a instabilidade no quadro médico prejudica diretamente a continuidade do atendimento.
"Quando um profissional deixa o posto, é interrompida a relação construída com pacientes, familiares, equipes e com a própria comunidade. O processo de criação de vínculo e confiança leva, em média, um ano", explica Marcella. Ela defende investimentos estruturais para manter os médicos em regiões mais vulneráveis.
A pesquisa, baseada em dados de plataformas como Datasus, Sisab, Vigitel, Sisvan, e-Gestor AB, Ipeadata e Sidra/IBGE, também aponta outras dificuldades enfrentadas pela APS, como falhas na cobertura vacinal, rastreamento de câncer e atendimento de doenças crônicas.
Para os especialistas, apesar das limitações dos dados, o painel serve como uma importante ferramenta para os gestores públicos aprimorarem o atendimento nas unidades de saúde da base do SUS.

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