Política

Eduardo Cunha diz ter "histórias quilométricas" para delatar

30 de Setembro de 2017 - Karina Costa

“Minha prisão foi absurda. Não me prenderam de acordo com a lei, para investigar ou porque estivesse embaraçando os processos. Prenderam para ter um troféu político. O outro troféu é o Lula. Um troféu para cada lado. O MP e o Moro queriam ter um troféu político dos dois lados”

O ex-deputado Eduardo Cunha, do PMBD, afirmou em sua primeira entrevista após a prisão ter histórias quilométricas para delatar e confirma o interesse em firmar um acordo de colaboração premiada.  Protagonista do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Cunha revela que foi pressionado pelo Ministério Público (MP) para confirmar informações constantes em delações de outros investigados para que pudesse ter o seu pedido atendida, afirmou para a revista Época. De acordo com Cunha, não havia boa-fé na Procuradoria-Geral da República (PGR) quando chefiada por Rodrigo Janot. “Janot queria que eu colocasse mentiras na delação para derrubar o Michel Temer. Se vão derrubar ou não o Michel Temer, se ele fez algo de errado ou não, é uma outra história. Mas não vão me usar para confirmar algo que não fiz, para atender aos interesses políticos do Janot. Ele operou politicamente esse processo de delações”. A entrevista exclusiva à revista Época, publicada neste sábado, traz ainda as contestações do ex-presidente da Câmara dos Deputados às informações fornecidas ao MP pelo doleiro Lúcio Funaro. Cunha considera absurda parte da delação de Joesley Batista da J&F. “O Joesley fez uma delação seletiva, para atender aos interesses dele e do Janot. Há omissões graves na delação dele. O Joesley poupou muito o PT. Escondeu que nos reunimos, eu e Joesley, quatro horas com o Lula, na véspera do impeachment. O Lula estava tentando me convencer a parar o impeachment. Isso é só um pequeno exemplo. Eu traria muitos fatos que tornariam inviável a delação da JBS. Tenho conhecimento de omissões graves. Essa é uma das razões pelas quais minha delação não poderia sair com o Janot. Ele, com esses objetivos políticos, acabou criando uma trapalhada institucional, que culminou no episódio do áudio da JBS. Jogou uma nuvem de suspeição no Supremo sem base alguma”. Para Cunha, a sua prisão é na verdade um troféu político, assim como a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é perseguida para se tornar “honraria” de Sérgio Moro. “Minha prisão foi absurda. Não me prenderam de acordo com a lei, para investigar ou porque estivesse embaraçando os processos. Prenderam para ter um troféu político. O outro troféu é o Lula. Um troféu para cada lado. O MP e o Moro queriam ter um troféu político dos dois lados”. No trecho disponibilizado na internet, o resumo da entrevista, ainda está a afirmativa de que Moro foi exitoso no seu plano de criar uma operação similar à ocorrida na Itália contra a máfia só que mirando a elite política brasileira. “Nós temos um juiz que se acha salvador da pátria. Ele quis montar uma operação Mãos Limpas no Brasil – uma operação com objetivo político. Queria destruir o establishment, a elite política. E conseguiu”.

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