Cientistas usam técnica de edição de genes para tornar Aedes aegypti ‘cego’
28 de Agosto de 2021 - Superinteressante
Cientistas da Universidade da Califórnia usaram edição genética para eliminar a capacidade do mosquito Aedes aegypti de encontrar suas vítimas pela visão – e, com isso, torná-lo incapaz de picar humanos
O estudo foi publicado recentemente na revista Current Biology.
O estudo pode colaborar para estratégias futuras de controle das populações de mosquitos. Com dificuldade para encontrar alvos humanos, as fêmeas do Aedes aegypti teriam menos sucesso em conseguir o sangue necessário.
Os mosquitos usam vários sentidos para procurar e picar pessoas. Eles podem detectar alguns sinais de nossa pele – como calor, umidade e odor –, mas são atraídos principalmente por CO2, que expelimos o tempo todo no processo da respiração. Além disso, se guiam por detalhes visuais de alto contraste – já foi constatado que os Aedes aegypti são mais atraídos por pessoas com roupas escuras.
Os cientistas envolvidos no estudo suspeitaram que proteínas responsáveis pela percepção de luz – as chamadas rodopsinas – poderiam ser a chave para eliminar a capacidade dos mosquitos de encontrar alvos humanos pela detecção de cores escuras. Então, eles usaram uma técnica de edição genética chamada CRISPR-Cas9 para criar mosquitos transgênicos com mutações nas rodopsinas.
Em uma primeira tentativa, eles eliminaram a rodopsina Op1, que é a proteína mais abundante nos olhos do Aedes aegypti. Mas os cientistas perceberam que os mutantes Op1 continuavam enxergando alvos escuros, e voavam na direção deles quando eram estimulados com CO2. Então, a equipe tentou novamente. Dessa vez, produziu mosquitos transgênicos sem a rodopsina Op2. De novo, os mutantes não sofreram qualquer impacto na sua capacidade de enxergar o alvo.
Os cientistas só tiveram sucesso quando eliminaram as duas proteínas. Os mutantes sem Op1 nem Op2 voavam sem rumo dentro das gaiolas, em vez de preferir o círculo preto. Eles haviam perdido a capacidade de encontrar hospedeiros visualmente.
A equipe quis se certificar de que não havia criado mosquitos totalmente cegos. Para isso, fez uma série de testes para ver a resposta dos mutantes duplos à luz. Os mosquitos passaram nos testes – apesar de terem visão mais fraca do que mosquitos comuns, eles não eram cegos. Só não enxergavam alvos mais escuros.
De qualquer forma, os pesquisadores ainda não expuseram os mutantes duplos a humanos. Só então eles poderão descobrir exatamente como a visão prejudicada dos mosquitos afeta sua capacidade de picar e se alimentar de sangue – já que eles têm outros sentidos que podem servir de guia. “Quanto mais entendermos como eles percebem o ser humano, melhor podemos controlar o mosquito de uma maneira ecologicamente correta”, disse Yinpeng Zhan, principal autor do estudo, ao New York Times.
Foto: Reprodução Internet
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