Fofoca

Cerca de 10 trabalhadores em regime análogo a escravidão são resgatados de fazenda em Uruçuca

02 de Setembro de 2017 - Diogenes Matos

Grupo recebia menos de meio salário mínimo, não tinha acesso a água potável, banheiro e nem equipamentos de proteção.

Uma operação do Ministério Público do Trabalho em conjunto com a Polícia Federal e Ministério do Trabalho e Emprego libertou cerca de dez trabalhadores de uma fazenda em Uruçuca, no sul da Bahia, nesta sexta-feira (1º), onde eram mantidos em condição análoga à de escravidão.

Segundo o auditor fiscal trabalho Alessandro de Barros Pazuello, as condições dos trabalhadores da fazenda eram precárias. “Do ponto de vista de água, de banheiro, de higiene do alojamento, que estava muito ruim. As condições gerais de trabalho, equipamentos de proteção e principalmente a questão de salário, porque o pessoal estava ganhando abaixo de meio salário mínimo”, afirmou.

Um dos trabalhadores resgatados contou que viva em desespero. “Chorava. Chorava muitas vezes, e me apegava à palavra de Deus, para o socorro poder vir até nós”, falou.

O trabalhador disse que durante um ano e meio ele, a mulher e quatro filhas passaram os dias sem banheiro, nem água potável. Além disso, tinham que improvisar o banho em uma represa e, para beber, pegavam água numa cisterna suja.

Além dele, mais nove trabalhadores, alguns solteiros, outros com famílias, enfrentavam essa mesma realidade.

Depois de terem sido retirados da fazenda, os trabalhadores vão receber três parcelas de seguro desemprego, e alguns vão para o centro de referência de assistência social (Cras) de Itabuna. De acordo com auditor fiscal do trabalho, o dono da fazenda vai responder por crime de trabalho escravo.

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