Cultura

Movimento Negro da Bahia vai ao MP em defesa da memória imaterial de Alaíde do Feijão

30 de Novembro de 2022 - Redação Pernambués agora
[Movimento Negro da Bahia vai ao MP em defesa da memória imaterial de Alaíde do Feijão]

Representantes do Movimento Negro da Bahia participaram, nesta quarta-feira (30), de uma audiência no Ministério Público (MP- BA) em defesa da memória de Alaíde do Feijão

A matriarca e também militante do movimento negro foi homenageada a partir do projeto de lei que prevê a mudança do nome da Rua das Laranjeiras para Alaíde do Feijão, que também tinha um restaurante no local. O projeto é de autoria do vereador Luiz Carlos Suíca (PT), e já foi sancionado. No entanto, recebeu críticas de um grupo de moradores e comerciantes.

Durante a audiência o presidente do Olodum, João Jorge, ressaltou a importância da discussão, destacando historicamente os nomes das ruas do Centro Histórico de Salvador. “Importante essa audiência, porque ela resgata a importância imaterial de Alaíde e do Feijão, em detrimento de uma vergonha histórica que nós vivemos. Que são os nomes das ruas no Pelourinho. A rua das Laranjeiras [por exemplo] é das autoridades coloniais portuguesas”, frisou João Jorge.

O presidente ainda aponta quem está contra o projeto é e indica que na região, apenas uma rua tem o nome de uma mulher, a rua Santa Izabel. “E quem está contra o projeto? É o preconceito, é o racismo velado, é o racismo institucional, que atingiu algum dos nossos pretos e viventes do Pelourinho. Apenas uma mulher tem o nome de rua, o resto leva nome de homens”, completa o presidente do Olodum.

Na última semana, por conta da passagem do Dia da Consciência Negra, o vereador Suíca cobrou a instalação da placa da Rua Alaíde do Feijão. “Precisamos materializar a homenagem a ela. Um projeto nosso foi aprovado e já sancionado, mas a placa ainda não foi colocada. Precisamos que a prefeitura de Salvador e o Ipac instalem a placa na Rua Alaíde do Feijão. A comunidade negra aguarda ansiosa essa homenagem de relevância social, cultural e política da cozinheira, considerada um símbolo da resistência antirracista e feminista na Bahia”, aponta o autor do projeto. Suíca. 



Alaíde do Feijão

Alaíde Conceição, nascida em Salvador, no ano de 1948, era reconhecida como um dos principais nomes da gastronomia da capital. Ela iniciou seus trabalhos ainda com a mãe e em 1993 abriu seu primeiro restaurante no Pelourinho.

Em 2015, o restaurante que funcionava na Ladeira da Ordem Terceira do São Francisco mudou de endereço, para que o espaço fosse transformado em um ponto de cultura, mas permaneceu no Pelourinho, na Rua das Laranjeiras. Alaíde do feijão, morreu aos 73 anos, em janeiro de 2022, após não resistir a uma parada cardiorrespiratória em consequência da Covid-19.

 

Foto: Pernambués Agora

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