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Bolsonaro mantém faxineiras e garçons nos palácios em meio a infectados pelo coronavírus

21 de Março de 2020 - Brasil 247
[Bolsonaro mantém faxineiras e garçons nos palácios em meio a infectados pelo coronavírus]

Jair Bolsonaro e seu governo arriscam a vida de mais de 3 mil pessoas que trabalham nos palácios do Planalto e da Alvorada em ambientes onde circulam infectados sem qualquer proteção

São em sua maioria pessoas de baixos salários:  secretárias, cozinheiros, garçons, copeiros, camareiros, motoristas, faxineiros, roupeiros, piscineiros, jardineiros,  seguranças e ajudantes de ordens militares.

Reportagem da jornalista Amanda Audi, no The Intercept Brasil, relata: “Até o momento, não há notícia de funcionários com sintomas da covid-19. Pessoas que trabalham no almoxarifado, portaria, garagem e restaurante popular do Planalto com quem conversei disseram saber apenas dos casos de infectados na alta cúpula do governo. Há máscaras apenas no restaurante – mas por determinação do Sesi, que gerencia o estabelecimento, e não do governo. Os demais só tem acesso ao álcool em gel, que já existia por ali desde antes da pandemia".

“Apenas no Palácio da Alvorada, onde vivem Bolsonaro e a mulher Michelle, trabalham 107 pessoas, aponta um relatório de julho passado. São cozinheiros, garçons, camareiros, motoristas, faxineiros, roupeiros, piscineiros, jardineiros e seguranças que têm como única função servir à família presidencial, seus parentes e convidados. Dos 107 funcionários, 55 recebiam menos que um salário mínimo, que hoje é de R$ 1.045”, informa ainda. 

Nesta quarta-feira 18, ao lamentar a morte de uma empregada doméstica no Rio de Janeiro, a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad) fez um apelo para que a categoria seja liberada do serviço enquanto durar a crise do coronavírus. Ao lado da organização Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos, a Fenatrad lembra que essas trabalhadoras têm “uma situação de especial vulnerabilidade” nesse cenário.

Até agora, o presidente tem ignorado sistematicamente as recomendações do seu próprio ministro da Saúde e da Organização Mundial da Saúde sobre como lidar com a pandemia. Mesmo tendo liderado uma comitiva de pelo menos 23 pessoas que visitou os EUA, Bolsonaro participou dos protestos pelo fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, no domingo, e travou contato direto com pelo menos 272 manifestantes.

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